Cabelo e Subjetividade da Mulher Negra Privada de Liberdade

Esta pesquisa objetivou analisar como a negação da beleza negra, no contexto das relações raciais, é parte estruturante do racismo que desumaniza suas vítimas. Além disso, busca-se compreender o cabelo afro, símbolo da negritude, enquanto potência da população negra. Trata-se de uma pesquisa qualita...

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Main Authors: Helaine Silva Borges, Larissa Medeiros Marinho dos Santos
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 2024-12-01
Series:Estudos e Pesquisas em Psicologia
Subjects:
Online Access:https://www.e-publicacoes.uerj.br/revispsi/article/view/83855
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author Helaine Silva Borges
Larissa Medeiros Marinho dos Santos
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Larissa Medeiros Marinho dos Santos
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description Esta pesquisa objetivou analisar como a negação da beleza negra, no contexto das relações raciais, é parte estruturante do racismo que desumaniza suas vítimas. Além disso, busca-se compreender o cabelo afro, símbolo da negritude, enquanto potência da população negra. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como procedimentos metodológicos: a observação participante, conversas no cotidiano, entrevistas semiestruturadas e intervenção psicossocial com mulheres negras em contexto de privação de liberdade. A análise dos dados produzidos foi realizada à luz da produção teórica metodológica foucaultiana e de intelectuais negras. Os resultados evidenciam que o discurso racista é naturalizado e perpetuado em nosso cotidiano. Nesse sentido, o racismo não é uma particularidade do sistema prisional brasileiro, porém este intensifica e perpetua as experiências históricas de exclusão social e política a partir dos marcadores sociais de gênero, raça e classe, que tendem a confinar mulheres negras ao patamar inferior do sistema de dominação/exploração. No entanto, intervenções em grupo demonstram ter potencial para exercer mudanças na subjetividade de mulheres negras e na transformação da sociedade. Esse trabalho justifica-se, pois, pelo fato de, historicamente, o corpo negro ser o alvo principal de processo de construção social racista em vários países e, em especial, no Brasil.
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institution Kabale University
issn 1676-3041
1808-4281
language Portuguese
publishDate 2024-12-01
publisher Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
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series Estudos e Pesquisas em Psicologia
spelling doaj-art-e503bc629433462b8078afcc29bbea7c2025-01-28T10:07:40ZporUniversidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)Estudos e Pesquisas em Psicologia1676-30411808-42812024-12-012410.12957/epp.2024.8385571567Cabelo e Subjetividade da Mulher Negra Privada de LiberdadeHelaine Silva Borges0https://orcid.org/0000-0001-9496-1176Larissa Medeiros Marinho dos Santos1https://orcid.org/0000-0003-4906-4163Universidade Federal de São João Del Rei, São João Del Rei, MG, BrasilUniversidade de Brasília, Brasília, DF, BrasilEsta pesquisa objetivou analisar como a negação da beleza negra, no contexto das relações raciais, é parte estruturante do racismo que desumaniza suas vítimas. Além disso, busca-se compreender o cabelo afro, símbolo da negritude, enquanto potência da população negra. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como procedimentos metodológicos: a observação participante, conversas no cotidiano, entrevistas semiestruturadas e intervenção psicossocial com mulheres negras em contexto de privação de liberdade. A análise dos dados produzidos foi realizada à luz da produção teórica metodológica foucaultiana e de intelectuais negras. Os resultados evidenciam que o discurso racista é naturalizado e perpetuado em nosso cotidiano. Nesse sentido, o racismo não é uma particularidade do sistema prisional brasileiro, porém este intensifica e perpetua as experiências históricas de exclusão social e política a partir dos marcadores sociais de gênero, raça e classe, que tendem a confinar mulheres negras ao patamar inferior do sistema de dominação/exploração. No entanto, intervenções em grupo demonstram ter potencial para exercer mudanças na subjetividade de mulheres negras e na transformação da sociedade. Esse trabalho justifica-se, pois, pelo fato de, historicamente, o corpo negro ser o alvo principal de processo de construção social racista em vários países e, em especial, no Brasil.https://www.e-publicacoes.uerj.br/revispsi/article/view/83855subjetividaderacismocabelopesquisa qualitativa
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