OS APETITES E A TRIPARTIÇÃO DA ALMA NA REPÚBLICA DE PLATÃO

RESUMO Ao longo da República de Platão, a instância psíquica pode ser vista como contraditória justamente em virtude de sua difícil harmonia interna. Por outro lado, também pode ser entendida como a sede motivadora das ações humanas que, se não elimina o problema do conflito e da contradição, ao men...

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Main Author: Juliano Paccos Caram
Format: Article
Language:deu
Published: Universidade Federal de Minas Gerais 2025-01-01
Series:Kriterion
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-512X2024000200301&lng=pt&tlng=pt
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Summary:RESUMO Ao longo da República de Platão, a instância psíquica pode ser vista como contraditória justamente em virtude de sua difícil harmonia interna. Por outro lado, também pode ser entendida como a sede motivadora das ações humanas que, se não elimina o problema do conflito e da contradição, ao menos abre a possibilidade de que a psyché se manifeste como uma unidade movida por instâncias distintas, em uma direção específica. É sobre esta segunda maneira de entender a alma, como uma unidade motivacional de impulsos distintos, em direções e prazeres também distintos, que esse texto pretende argumentar e, de modo mais central, sobre a natureza complexa dos apetites no interior desta alma em conflito. O intuito é o de demonstrar como o texto da República permite discutir o estatuto dos apetites (epithymiai) e o princípio apetitivo da alma (epithymetikon) como diferentes e que, quando não trocados um pelo outro, a teoria da alma se enche de uma clareza ainda maior e possibilita uma compreensão mais aguçada acerca da unidade da alma e de seus mais diversos apetites.
ISSN:0100-512X