A unidade do escravismo atlântico por sua cultura jurídica-mundo
RESUMO O presente artigo busca contribuir para a compreensão da unidade do escravismo atlântico, não obstante a grande diversidade de práticas e os múltiplos arranjos locais. Argumenta-se que essa unidade foi possibilitada pela existência de uma normatividade compartilhada, que configurava uma cultu...
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Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Federal de Minas Gerais
2025-01-01
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Series: | Varia História |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-87752024000101210&lng=pt&tlng=pt |
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Summary: | RESUMO O presente artigo busca contribuir para a compreensão da unidade do escravismo atlântico, não obstante a grande diversidade de práticas e os múltiplos arranjos locais. Argumenta-se que essa unidade foi possibilitada pela existência de uma normatividade compartilhada, que configurava uma cultura jurídica-mundo. O artigo está organizado em três partes. A primeira parte elucida o conceito de cultura jurídica-mundo, destacando como o sistema de escravidão atlântica, embora tenha desenvolvido dinâmicas próprias, teve suas origens na adaptação de práticas e normas anteriores, provenientes do Mediterrâneo. A segunda parte investiga a transição desse sistema para o Atlântico, bem como sua reconfiguração, ressaltando as formas como indígenas e africanos foram incorporados, configurando novas zonas de escravização. Por fim, a terceira parte analisa os elementos que conferiam unidade ao escravismo atlântico, objetivamente, a garantia da propriedade constituída por via comercial, a configuração do domínio senhorial com características de propriedade individual e a consolidação da transmissão matrilinear da condição de escravidão. A análise é fundamentada na noção de sistema histórico, que articula estruturas estáveis e processos autopoéticos, permitindo a contínua criação e reprodução do escravismo. |
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ISSN: | 1982-4343 |