A Bernard o que é de Bernard: resgatando o significado de “vida livre”

Uma avaliação crítica recente da “homeostase”, elaborada por Walter Cannon (1871-1945), identifica contradições intrínsecas à associação condicional, feita por Claude Bernard (1813-1878), entre “constância do meio interno” e “vida livre”. Por um lado, a avaliação reitera a importância do “meio inter...

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Main Author: Laurival Antonio de Luca Junior
Format: Article
Language:English
Published: University of São Paulo (USP) / Brazilian Association of Philosophy and History of Biology (ABFHiB) 2022-12-01
Series:Filosofia e História da Biologia
Subjects:
Online Access:https://www.revistas.usp.br/fhb/article/view/fhb-v17-n2-03/fhb-v17-n2-03
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Summary:Uma avaliação crítica recente da “homeostase”, elaborada por Walter Cannon (1871-1945), identifica contradições intrínsecas à associação condicional, feita por Claude Bernard (1813-1878), entre “constância do meio interno” e “vida livre”. Por um lado, a avaliação reitera a importância do “meio interno” - líquido onde vivem as células dos tecidos, estendendo-a à evolução dos compartimentos líquidos corporais. Entretanto, ela também mostra que a associação condicional não tem suporte empírico nem lógico. Portanto, é inválido assumir que “constância do meio interno” seja condição para “vida livre”. À parte de sua contradição intrínseca, outros trabalhos têm criticado o condicional presumindo que Bernard seguido por Cannon estava se referindo a uma rigidez regulatória das variáveis biológicas (da vida) em geral. O objetivo do presente trabalho é mostrar que essa crítica é também inválida, pois a nosso ver Bernard não faz esse tipo de generalização ao se referir a “vida livre”. Concluímos que evitar ambiguidades torna-se necessário para uma efetiva apreciação da contribuição teórica de Bernard para a fisiologia.
ISSN:1983-053X
2178-6224