A transição da fecundidade no Brasil: investigação sobre os efeitos das crises exógenas nas tendências recentes de queda do número de nascidos vivos
Resumo O Brasil passou por crises econômicas e sanitárias (epidemia de Zika vírus em 2015-2016 e pandemia de Covid-19 em 2020-2021), das quais muito se discutiu o potencial efeito sobre a fecundidade, ainda em transição. Neste artigo, utilizando o número de nascidos vivos oriundo do Sistema de Infor...
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Associação Brasileira de Estudos Populacionais
2025-01-01
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author | Raquel Zanatta Coutinho Igor Viveiros Melo Souza |
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description | Resumo O Brasil passou por crises econômicas e sanitárias (epidemia de Zika vírus em 2015-2016 e pandemia de Covid-19 em 2020-2021), das quais muito se discutiu o potencial efeito sobre a fecundidade, ainda em transição. Neste artigo, utilizando o número de nascidos vivos oriundo do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e análises de séries temporais controladas por sazonalidade, tendência e ciclos harmônicos, investigamos instabilidades que podem sinalizar choques exógenos. A queda no número de nascimentos esconde importante heterogeneidade etária, regional e por escolaridade. Adolescentes e adultas jovens, especialmente as de baixa escolaridade, experimentaram importante queda, enquanto o número de nascimentos entre mulheres mais velhas vem crescendo, o que guarda relação com mudanças na composição etária e não são completamente explicadas quando controladas pelas tendências e sazonalidade. Análises das quebras estruturais revelam que os efeitos do Zika vírus e da pandemia de Covid-19 foram importantes, porém menores do que se especulou, dada a tendência de queda já existente. Ciclos econômicos parecem ser a melhor explicação para movimentos na fecundidade da década, especialmente para mulheres adultas. No entanto, os mesmos não explicam a queda dos nascimentos entre adolescentes e mulheres adultas jovens, que no início do período possivelmente estivera ligada a mudanças ideacionais; e durante a pandemia de Covid-19 pode ser explicada pela incerteza após anúncio da declaração de pandemia. |
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institution | Kabale University |
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publisher | Associação Brasileira de Estudos Populacionais |
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series | Revista Brasileira de Estudos de População |
spelling | doaj-art-c86bbf3e12a44e82a41bd4ec2984b16b2025-01-21T07:36:18ZengAssociação Brasileira de Estudos PopulacionaisRevista Brasileira de Estudos de População1980-55192025-01-014110.20947/s0102-3098a0283A transição da fecundidade no Brasil: investigação sobre os efeitos das crises exógenas nas tendências recentes de queda do número de nascidos vivosRaquel Zanatta Coutinhohttps://orcid.org/0000-0002-2841-1480Igor Viveiros Melo Souzahttps://orcid.org/0000-0001-7647-5772Resumo O Brasil passou por crises econômicas e sanitárias (epidemia de Zika vírus em 2015-2016 e pandemia de Covid-19 em 2020-2021), das quais muito se discutiu o potencial efeito sobre a fecundidade, ainda em transição. Neste artigo, utilizando o número de nascidos vivos oriundo do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e análises de séries temporais controladas por sazonalidade, tendência e ciclos harmônicos, investigamos instabilidades que podem sinalizar choques exógenos. A queda no número de nascimentos esconde importante heterogeneidade etária, regional e por escolaridade. Adolescentes e adultas jovens, especialmente as de baixa escolaridade, experimentaram importante queda, enquanto o número de nascimentos entre mulheres mais velhas vem crescendo, o que guarda relação com mudanças na composição etária e não são completamente explicadas quando controladas pelas tendências e sazonalidade. Análises das quebras estruturais revelam que os efeitos do Zika vírus e da pandemia de Covid-19 foram importantes, porém menores do que se especulou, dada a tendência de queda já existente. Ciclos econômicos parecem ser a melhor explicação para movimentos na fecundidade da década, especialmente para mulheres adultas. No entanto, os mesmos não explicam a queda dos nascimentos entre adolescentes e mulheres adultas jovens, que no início do período possivelmente estivera ligada a mudanças ideacionais; e durante a pandemia de Covid-19 pode ser explicada pela incerteza após anúncio da declaração de pandemia.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-30982024000100170&lng=pt&tlng=ptMaternidade adolescenteAdiamento da fecundidadeCrise de saúde públicaCrise econômicaAnálise de séries temporais |
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