Classificar e medicar: a gestão biopolítica dos sofrimentos psíquicos

Considerando que a palavra biopolítica se transformou em um marco de referência para inúmeros debates e temas, muitas vezes sem os devidos questionamentos sobre seus alcances e limites, pretendo analisar neste escrito, inicialmente, os eixos centrais em relação aos quais se articula o conceito fouc...

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Bibliographic Details
Main Author: Sandra Caponi
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2012-12-01
Series:INTERthesis
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/view/27327
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Description
Summary:Considerando que a palavra biopolítica se transformou em um marco de referência para inúmeros debates e temas, muitas vezes sem os devidos questionamentos sobre seus alcances e limites, pretendo analisar neste escrito, inicialmente, os eixos centrais em relação aos quais se articula o conceito foucaultiano de biopolítica: 1) a centralidade da norma e a oposição normalidade-patologia; (2) os estudos estatísticos referidos aos fenômenos vitais que caracterizam as populações; (3) o problema do risco e os dispositivos de segurança; (4) o governo das populações como forma de gestão que exclui o governo de si. Posteriormente, será discutido um texto recentemente publicado pelo ex-chefe do grupo de tarefas do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais (DSM), onde ele questiona o atual processo de elaboração da quinta edição desse Manual. Essas críticas permitem mostrar que o Manual se articula entorno dos mesmos eixos que caracterizam a biopolítica das populações, configurando uma estratégia, hoje hegemônica, de gestão dos sofrimentos psíquicos.
ISSN:1807-1384