DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA ENFERMAGEM NO CUIDADO À MULHER COM ÓBITO FETAL

O processo de morte e morrer é fato iminente na vida humana e faz parte da realidade dos profissionais da área da saúde. Estudos indicam que os profissionais apresentam dificuldades para realizar o manejo e a assistência à pessoa que experiencia uma perda, principalmente quando ocorre no início da...

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Main Authors: Larissa Rocha, Roberta Costa, Íris Elizabete Messa Gomes, Isadora Ferrante Boscoli de Oliveira Alves, Rosiane da Rosa, Margarete Maria de Lima
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2023-03-01
Series:Saberes Plurais
Subjects:
Online Access:https://seer.ufrgs.br/index.php/saberesplurais/article/view/128168
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Description
Summary:O processo de morte e morrer é fato iminente na vida humana e faz parte da realidade dos profissionais da área da saúde. Estudos indicam que os profissionais apresentam dificuldades para realizar o manejo e a assistência à pessoa que experiencia uma perda, principalmente quando ocorre no início da vida, como é o caso dos óbitos fetais. O objetivo do estudo foi identificar as dificuldades da equipe de enfermagem no cuidado à mulher com diagnóstico de óbito fetal. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de abordagem Convergente Assistencial, realizada em uma maternidade do sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2014 e maio de 2015, a partir de uma prática educativa com 23 profissionais da equipe de enfermagem. A análise seguiu quatro etapas – apreensão, síntese, teorização e transferência. Os resultados demonstraram que os profissionais apresentam dificuldades de enfrentamento da perda fetal na maternidade. Há falhas na comunicação entre os profissionais e a mulher, por não se sentirem preparados para atuar nesta situação. Por outro lado, a comunicação não verbal por meio do silêncio, respeito no tempo da fala, olhar preocupado, espontaneidade dos gestos e carinho, foram apontados como importantes estratégias de enfrentamento da morte. As condutas da enfermagem no processo de parir na perda fetal também influenciam esta experiência, sendo relevante a oferta de métodos não farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e parto e o cuidado integral individualizado. Falhas estruturais e organizacionais da instituição, que não assegurava a privacidade das mães enlutadas durante o atendimento, foram apontadas como empecilho neste contexto. O estudo mostrou que as principais dificuldades enfrentadas pela enfermagem no cuidado à mulher que vivencia o óbito fetal dizem respeito a falhas na formação profissional e problemas estruturais da instituição.
ISSN:2525-507X