Autoridade médica em grupos antivacina no WhatsApp no Brasil
Neste artigo, analisamos como a autoridade médica é acionada na produção e legitimação de opiniões antivacina em grupos brasileiros do WhatsApp, no período de 20 de julho de 2022 a 31 de julho de 2023. Para tanto, realizamos uma busca por descritores associados ao tema das vacinas, o que resultou n...
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Pontificia Universidad Católica de Chile
2025-01-01
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Neste artigo, analisamos como a autoridade médica é acionada na produção e legitimação de opiniões antivacina em grupos brasileiros do WhatsApp, no período de 20 de julho de 2022 a 31 de julho de 2023. Para tanto, realizamos uma busca por descritores associados ao tema das vacinas, o que resultou na identificação de cinco grupos antivacina nesse aplicativo de troca de mensagens. Utilizando o método da Teoria Fundamentada, realizamos uma análise das principais articulações táticas e discursivas em torno de profissionais da medicina, evidenciadas em 945 mensagens compartilhadas nesses grupos. A partir dessa análise, observamos que a autoridade médica é acionada, principalmente, para embasar opiniões contra a segurança e eficácia das vacinas; para exaltar médicos antivacinação, assim como para se opor a médicos com posicionamentos diferentes do movimento antivacina. A análise aponta, portanto, que esses grupos mantêm uma relação dúbia com a autoridade médica, a qual é posta em questão no processo de formação e solidificação das crenças e opiniões sobre saúde ali compartilhadas. Nesse contexto, observamos que os usuários percebem os grupos antivacinação aqui pesquisados como espaços seguros para a busca e recomendação de médicos que compartilham percepções antivacina, potencializando o cenário de desinformação embasada na autoridade médica na contemporaneidade.
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| institution | Kabale University |
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| language | English |
| publishDate | 2025-01-01 |
| publisher | Pontificia Universidad Católica de Chile |
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| series | Cuadernos.info |
| spelling | doaj-art-bad00e832a74460cb1d9aa87a340c5ad2025-01-31T15:28:23ZengPontificia Universidad Católica de ChileCuadernos.info0719-367X2025-01-016010.7764/cdi.60.82122Autoridade médica em grupos antivacina no WhatsApp no BrasilGiovana Santana Carlos0Lídia Raquel Herculano Maia1Luisa Massarani2Thaiane Oliveira3Francisco Jadson Silva Maia4Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT- CPCT)Universidade Regional do Cariri, e Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT/Fundação Oswaldo Cruz) (Brasil)Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT/Fundação Oswaldo Cruz) (Brasil)Universidade Federal Fluminense (Brasil)Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT- CPCT) (Brasil) Neste artigo, analisamos como a autoridade médica é acionada na produção e legitimação de opiniões antivacina em grupos brasileiros do WhatsApp, no período de 20 de julho de 2022 a 31 de julho de 2023. Para tanto, realizamos uma busca por descritores associados ao tema das vacinas, o que resultou na identificação de cinco grupos antivacina nesse aplicativo de troca de mensagens. Utilizando o método da Teoria Fundamentada, realizamos uma análise das principais articulações táticas e discursivas em torno de profissionais da medicina, evidenciadas em 945 mensagens compartilhadas nesses grupos. A partir dessa análise, observamos que a autoridade médica é acionada, principalmente, para embasar opiniões contra a segurança e eficácia das vacinas; para exaltar médicos antivacinação, assim como para se opor a médicos com posicionamentos diferentes do movimento antivacina. A análise aponta, portanto, que esses grupos mantêm uma relação dúbia com a autoridade médica, a qual é posta em questão no processo de formação e solidificação das crenças e opiniões sobre saúde ali compartilhadas. Nesse contexto, observamos que os usuários percebem os grupos antivacinação aqui pesquisados como espaços seguros para a busca e recomendação de médicos que compartilham percepções antivacina, potencializando o cenário de desinformação embasada na autoridade médica na contemporaneidade. https://cuadernos.info/index.php/cdi/article/view/82122autoridade médicamovimento antivacinadesinformaçãoCovid-19Brasil |
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