Memórias da Marquesa de Rabicó: uma autoficção fictícia

Memórias da Emília, publicado por Monteiro Lobato em 1936, narra a história do feitio do “Memórias da Marquesa de Rabicó”, que, por sua vez, reconta aventuras e peripécias no universo do Sítio do Picapau Amarelo enquanto quebra os pactos de leitura convencionais do gênero ao alternar narradores (au...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Felipe Krul Bettiol
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2025-01-01
Series:Anuário de Literatura
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/100650
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Memórias da Emília, publicado por Monteiro Lobato em 1936, narra a história do feitio do “Memórias da Marquesa de Rabicó”, que, por sua vez, reconta aventuras e peripécias no universo do Sítio do Picapau Amarelo enquanto quebra os pactos de leitura convencionais do gênero ao alternar narradores (autodiegético, homodiegético e heterodiegético) e incluir memórias inventadas. Posto isso, este artigo propõe analisar o processo de escrita e o produto final fictício “Memórias da Marquesa de Rabicó” com foco em suas características genéricas. Com esse intuito, este estudo se baseia principalmente nas teorias de Philippe Lejeune (2008), Manuel Alberca (2007) e Vincent Colonna (2014) acerca da autobiografia, da autoficção e de seus respectivos pactos de leitura. Conclui-se, a partir da análise desenvolvida, que a obra inicialmente de caráter autobiográfico da personagem-título pode ser lida como uma autoficção fictícia, tanto por seu constructo fronteiriço entre a memória e a invenção quanto por ser produzida dentro da ficção.
ISSN:1414-5235
2175-7917