Mulheres na gestão universitária: desafios, estratégias e desigualdades persistentes - Trajetórias de mulheres na liderança universitária da UEMS

Este artigo investiga as trajetórias de mulheres em cargos de liderança na administração universitária, com foco na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, fundamentada no método de história de vida (Bertaux, 1997) e na análise de conteúdo (Ba...

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Main Authors: Sheila Aparecida Vila Rosa, Ademilson Batista Paes
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí 2025-06-01
Series:Cadernos Cajuína
Subjects:
Online Access:https://v3.cadernoscajuina.pro.br/index.php/revista/article/view/980
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Description
Summary:Este artigo investiga as trajetórias de mulheres em cargos de liderança na administração universitária, com foco na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, fundamentada no método de história de vida (Bertaux, 1997) e na análise de conteúdo (Bardin, 1977), com o objetivo de compreender as experiências, desafios e estratégias adotadas por gestoras universitárias. Os dados foram coletados por meio de questionários narrativos semiestruturados, aplicados a mulheres que ocuparam posições estratégicas na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Os resultados revelam que, embora as participantes possuam alta qualificação e reconhecida competência, seu ingresso na gestão frequentemente ainda depende do convite de figuras masculinas que detêm o poder de nomeação, configurando um cenário de tokenismo. Persistem barreiras de gênero, como sobrecarga de trabalho, resistência masculina e uma cultura organizacional patriarcal. Em resposta, as gestoras têm mobilizado estratégias individuais de enfrentamento, como resiliência, espiritualidade e redes de apoio, mas também defendem mudanças institucionais, incluindo cotas, flexibilização de horários e cumprimento da legislação de equidade. O estudo evidencia que a igualdade de gênero na gestão universitária ainda não é realidade consolidada e depende tanto de ações individuais quanto de transformações estruturais nas instituições de ensino superior. Os achados contribuem para ampliar o debate sobre gênero e poder no ensino superior brasileiro e reforçam a importância de políticas públicas voltadas à promoção da equidade em contextos acadêmicos.
ISSN:2448-0916