A VULNERABILIDADE COMO ABERTURA PARA A DIMENSÃO DO CUIDADO EM EMMANUEL LÉVINAS
O objetivo do presente artigo é fazer uma reflexão, no âmbito da ética, sobre a abertura como fundamento do diálogo e da dimensão do cuidado em Emmanuel Lévinas. A nosso ver, a viabilidade de uma ética dialógica em Lévinas, somente é possível a partir do conceito de abertura, a qual está vinculado...
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Format: | Article |
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Published: |
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
2025-02-01
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Series: | Kínesis |
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author | Rodrigo Hayasi Pinto |
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O objetivo do presente artigo é fazer uma reflexão, no âmbito da ética, sobre a abertura como fundamento do diálogo e da dimensão do cuidado em Emmanuel Lévinas. A nosso ver, a viabilidade de uma ética dialógica em Lévinas, somente é possível a partir do conceito de abertura, a qual está vinculado ao desejo do homem em relação ao transcendente. Segundo Lévinas, o homem ao desejar aquilo que ultrapassa a medida do ser, se depara com o infinito que o transcende. Mas, se por um lado, o infinito pode ser representado por Deus, por outro lado ele assume uma forma concreta, vinculado ao rosto do ser humano. Desse modo, o rosto representa para Lévinas, a noção de vulnerabilidade, a qual nos remete à ideia de abertura, que ultrapassa a própria dimensão ontológica. Com efeito, para o filósofo lituano, a abertura não é algo efetivado a partir do próprio sujeito, que reduz o outro à identidade do ser, mas consiste na sensibilidade do homem à vulnerabilidade do próximo, que se apresenta como um exilado da ordem do ser. O diálogo no horizonte da abertura, somente ocorre quando respondemos à solicitação do outro, que nos interpela por meio da vulnerabilidade do seu rosto. Tal relação, não se dá de modo racional e conceitual, mas ocorre a nível da sensibilidade, pois não se trata de compreender a condição frágil do próximo, mas de percebê-la como vulnerável, suscitando uma ética calcada na afetividade e no cuidado para com o outro.
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institution | Kabale University |
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publisher | Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
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spelling | doaj-art-a23d73c45a7840e09440748f3285f9a62025-02-05T16:35:23ZporUniversidade Estadual Paulista (UNESP)Kínesis1984-89002025-02-01164110.36311/1984-8900.2024.v16n41.p297-320A VULNERABILIDADE COMO ABERTURA PARA A DIMENSÃO DO CUIDADO EM EMMANUEL LÉVINASRodrigo Hayasi Pinto0https://orcid.org/0000-0002-7450-9518Professor do Centro Universitário Cidade Verde (UNICV) O objetivo do presente artigo é fazer uma reflexão, no âmbito da ética, sobre a abertura como fundamento do diálogo e da dimensão do cuidado em Emmanuel Lévinas. A nosso ver, a viabilidade de uma ética dialógica em Lévinas, somente é possível a partir do conceito de abertura, a qual está vinculado ao desejo do homem em relação ao transcendente. Segundo Lévinas, o homem ao desejar aquilo que ultrapassa a medida do ser, se depara com o infinito que o transcende. Mas, se por um lado, o infinito pode ser representado por Deus, por outro lado ele assume uma forma concreta, vinculado ao rosto do ser humano. Desse modo, o rosto representa para Lévinas, a noção de vulnerabilidade, a qual nos remete à ideia de abertura, que ultrapassa a própria dimensão ontológica. Com efeito, para o filósofo lituano, a abertura não é algo efetivado a partir do próprio sujeito, que reduz o outro à identidade do ser, mas consiste na sensibilidade do homem à vulnerabilidade do próximo, que se apresenta como um exilado da ordem do ser. O diálogo no horizonte da abertura, somente ocorre quando respondemos à solicitação do outro, que nos interpela por meio da vulnerabilidade do seu rosto. Tal relação, não se dá de modo racional e conceitual, mas ocorre a nível da sensibilidade, pois não se trata de compreender a condição frágil do próximo, mas de percebê-la como vulnerável, suscitando uma ética calcada na afetividade e no cuidado para com o outro. https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/16544VulnerabilidadeSensibilidadeDiálogoÉticaTotalidadeInfinito |
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