Racismo cordial - manifestação da discriminação racial à brasileira - o domínio público e o privado

No Brasil, a presença africana passa pelas mais variadas personificações sociais: de escravo (boçal, ladino, crioulo, ingênuo, liberto) até o ‘mulato’ e negro no contraste e confronto com o índio e o branco, que nas relações políticas, religiosas, sexuais e lúdicas aparecem como diferente física, ps...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Lwdmila Constant Pacheco
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Ceará 2015-12-01
Series:Revista de Psicologia
Subjects:
Online Access:http://periodicos.ufc.br/psicologiaufc/article/view/82
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:No Brasil, a presença africana passa pelas mais variadas personificações sociais: de escravo (boçal, ladino, crioulo, ingênuo, liberto) até o ‘mulato’ e negro no contraste e confronto com o índio e o branco, que nas relações políticas, religiosas, sexuais e lúdicas aparecem como diferente física, psicológica e culturalmente. Porém, a definição polarizada entre brancos e negros numa sociedade que se define por centenas de cores diferentes torna-se inviável, ainda mais se somadas a questões históricas e culturais, como o mito da democracia racial e o ideal de branqueamento. Assim, no lugar do racismo declarado desenvolve-se no Brasil uma forma de discriminação contra os não brancos, que se caracteriza por uma polidez superficial que camufla atitudes e comportamentos discriminatórios, expressando-se ao nível das relações interpessoais através de atitudes informais. É o racismo cordial, tipicamente brasileiro, que se manifesta nas relações privadas e se camuflam em suposta tolerância pública.
ISSN:0102-1222
2179-1740