Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil
Esse artigo analisa as relações raciais no Brasil a partir de dois conceitos: colorismo e pigmentocracia. Alice Walker cunhou o primeiro conceito para descrever um sistema racial-patriarcal, criado pela comunidade negra estadunidense, que valoriza peles claras em detrimento das peles escuras. Aleja...
Saved in:
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal de Viçosa
2022-10-01
|
Series: | REVES - Revista Relações Sociais |
Subjects: | |
Online Access: | https://periodicos.ufv.br/reves/article/view/14741 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
_version_ | 1832095336016904192 |
---|---|
author | Juliana Morais de Góes |
author_facet | Juliana Morais de Góes |
author_sort | Juliana Morais de Góes |
collection | DOAJ |
description |
Esse artigo analisa as relações raciais no Brasil a partir de dois conceitos: colorismo e pigmentocracia. Alice Walker cunhou o primeiro conceito para descrever um sistema racial-patriarcal, criado pela comunidade negra estadunidense, que valoriza peles claras em detrimento das peles escuras. Alejandro Lipschütz criou o segundo conceito para descrever as dinâmicas raciais de sociedades latino-americanas, que hierarquizam pessoas segundo características fenotípicas (especialmente a cor da pele). Através da justaposição desses conceitos e da literatura sobre raça e racismo no Brasil, argumenta-se que o termo pigmentocracia capta melhor a realidade brasileira do que o termo colorismo. Afinal, perde-se uma caraterística fundamental das dinâmicas raciais brasileiras ao analisar este país pelas lentes do colorismo: a forma como o mito da democracia racial se estrutura pela ideologia do embranquecimento e pela violência contra a subjetividade da população negra. Já o conceito pigmentocracia ilumina tanto a violência relacionada a valorização de características fenotípicas tidas como europeias quanto a violência relacionada ao mito da democracia racial e a ideologia do embranquecimento.
|
format | Article |
id | doaj-art-848bf15d79ec495a960c6b201d263fa6 |
institution | Kabale University |
issn | 2595-4490 |
language | Portuguese |
publishDate | 2022-10-01 |
publisher | Universidade Federal de Viçosa |
record_format | Article |
series | REVES - Revista Relações Sociais |
spelling | doaj-art-848bf15d79ec495a960c6b201d263fa62025-02-05T19:54:00ZporUniversidade Federal de ViçosaREVES - Revista Relações Sociais2595-44902022-10-015410.18540/revesvl5iss4pp14741-01iReflexões sobre pigmentocracia e colorismo no BrasilJuliana Morais de Góes0University of Massachusetts Amherst, Estados Unidos Esse artigo analisa as relações raciais no Brasil a partir de dois conceitos: colorismo e pigmentocracia. Alice Walker cunhou o primeiro conceito para descrever um sistema racial-patriarcal, criado pela comunidade negra estadunidense, que valoriza peles claras em detrimento das peles escuras. Alejandro Lipschütz criou o segundo conceito para descrever as dinâmicas raciais de sociedades latino-americanas, que hierarquizam pessoas segundo características fenotípicas (especialmente a cor da pele). Através da justaposição desses conceitos e da literatura sobre raça e racismo no Brasil, argumenta-se que o termo pigmentocracia capta melhor a realidade brasileira do que o termo colorismo. Afinal, perde-se uma caraterística fundamental das dinâmicas raciais brasileiras ao analisar este país pelas lentes do colorismo: a forma como o mito da democracia racial se estrutura pela ideologia do embranquecimento e pela violência contra a subjetividade da população negra. Já o conceito pigmentocracia ilumina tanto a violência relacionada a valorização de características fenotípicas tidas como europeias quanto a violência relacionada ao mito da democracia racial e a ideologia do embranquecimento. https://periodicos.ufv.br/reves/article/view/14741PigmentocraciaColorismoRacismoBrasil |
spellingShingle | Juliana Morais de Góes Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil REVES - Revista Relações Sociais Pigmentocracia Colorismo Racismo Brasil |
title | Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil |
title_full | Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil |
title_fullStr | Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil |
title_full_unstemmed | Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil |
title_short | Reflexões sobre pigmentocracia e colorismo no Brasil |
title_sort | reflexoes sobre pigmentocracia e colorismo no brasil |
topic | Pigmentocracia Colorismo Racismo Brasil |
url | https://periodicos.ufv.br/reves/article/view/14741 |
work_keys_str_mv | AT julianamoraisdegoes reflexoessobrepigmentocraciaecolorismonobrasil |