A perspectiva emancipatória da literacia em saúde no Brasil: aportes do pensamento freiriano para a translação de saberes em torno de um conceito global

O presente artigo busca desvelar o potencial de aplicação de princípios estruturantes da pedagogia freiriana para uma efetiva translação de saberes e práticas associados ao conceito, globalmente utilizado, de literacia em saúde, em uma perspectiva crítica e emancipadora. Parte-se da constatação de q...

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Main Author: Frederico Peres
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 2025-01-01
Series:Cadernos de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2024001101200&lng=pt&tlng=pt
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Summary:O presente artigo busca desvelar o potencial de aplicação de princípios estruturantes da pedagogia freiriana para uma efetiva translação de saberes e práticas associados ao conceito, globalmente utilizado, de literacia em saúde, em uma perspectiva crítica e emancipadora. Parte-se da constatação de que o processo de apropriação do conceito, no Brasil, se deu de maneira mais utilitarista que crítica, com predominância de iniciativas focadas na tradução e uso de instrumentos para medir literacia em saúde junto a grupos da população, e, dessa forma, acabou por desconsiderar o acúmulo acadêmico, dos atores da prática e dos movimentos sociais nas diferentes regiões do país em torno da aplicação dos princípios e valores associados ao pensamento de Paulo Freire para a promoção emancipatória da saúde de indivíduos e grupos da população. A partir da identificação de princípios básicos do pensamento freiriano, registrados na vasta literatura internacional sobre literacia em saúde, são destacadas possíveis contribuições do pensamento e da pedagogia de Paulo Freire para a consolidação, no Brasil, de saberes e práticas para a promoção da literacia em saúde, em sua perspectiva crítica e emancipatória. E, por fim, sustenta que a literacia em saúde precisa ser considerada como elemento-chave para a promoção da autonomia e do empoderamento, junto a indivíduos e grupos da população, permitindo-os reconhecerem seu direito fundamental à saúde e seu papel enquanto cidadãos, interagindo com outros membros da comunidade, engajando-se em iniciativas para a promoção individual e coletiva da saúde e dialogando com as representações de estruturas sociais circunscritas ao território ou comunidade.
ISSN:1678-4464