Implantes Potencialmente Inapropriados de Cardioversor-Desfibrilador na Prevenção Secundária de Morte

Resumo Fundamento: Os cardioversores-desfibriladores implantáveis (CDIs) são indicados para pacientes que apresentaram taquiarritmias malignas por causas irreversíveis, clinicamente estáveis e que tenham expectativa de vida maior que um ano. No entanto, condições socioeconômicas e psicossociais des...

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Main Authors: William Neves de Carvalho, Tainá Teixeira Viana, Clara Salles Figueiredo, Fernanda Martins, Luiz Carlos Santana Passos
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) 2024-11-01
Series:Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2024001000309&lng=pt&tlng=pt
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description Resumo Fundamento: Os cardioversores-desfibriladores implantáveis (CDIs) são indicados para pacientes que apresentaram taquiarritmias malignas por causas irreversíveis, clinicamente estáveis e que tenham expectativa de vida maior que um ano. No entanto, condições socioeconômicas e psicossociais desfavoráveis impactam negativamente a sobrevida de curto prazo e podem tornar o implante inapropriado. Objetivo: Avaliar se marcadores econômicos e psicossociais (MEPS) estão associados a maior mortalidade no primeiro ano (indicando implantes potencialmente inapropriados) após implante do CDI. Métodos: Coorte prospectiva entre 2017 e 2021 incluindo pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 50% submetidos a implante de CDI como profilaxia secundária. Antes do procedimento, foram avaliados por uma EMD que investigou quatro variáveis denominadas MEPS: vulnerabilidade socioeconômica, capacidade do autocuidado, adesão farmacológica e transtornos do humor. Os participantes foram acompanhados por no mínimo 12 meses. Foi considerado significância estatística valores-p < 0,05. Resultados: Foram incluídos 208 indivíduos, sendo 144 (68,9%) do sexo masculino. A FEVE média foi 32% ±9 e 107 (51%) tinham etiologia chagásica. A mortalidade no primeiro ano foi 54/208 (25,8%). Todos os pacientes que faleceram tinham ao menos um dos MEPS e não houve óbitos entre os 73 (35,4%) que não tinham MEPS. Em análise multivariada ter MEPS e a FEVE foram os únicos preditor independente na mortalidade menor que 1 ano: RR 20,48 (2,75 – 52,29); p=0,003 e RR 0,97 (0,93 – 0,99); p=0,047, respectivamente. Conclusão: Condições socioeconômicas e psicossociais devem ser identificadas e quando possível resolvidas antes do implante, pois podem tornar o implante do dispositivo um procedimento potencialmente inapropriado.
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