Notas sobre o princípio de causalidade na Terceira Meditação de Descartes

Na Terceira Meditação das Meditações Metafísicas, Descartes afirma ser manifesto pela luz natural que “deve haver ao menos tanta realidade na causa eficiente e total quanto no seu efeito” (AT, VII, p. 40). O que essa formulação do princípio de causalidade parece afirmar é que o efeito jamais pode s...

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Main Author: Fellipe Pinheiro de Oliveira
Format: Article
Language:English
Published: Universidade do Vale do Rio dos Sinos 2017-03-01
Series:Filosofia Unisinos
Online Access:https://revistas.unisinos.br/index.php/filosofia/article/view/12032
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Description
Summary:Na Terceira Meditação das Meditações Metafísicas, Descartes afirma ser manifesto pela luz natural que “deve haver ao menos tanta realidade na causa eficiente e total quanto no seu efeito” (AT, VII, p. 40). O que essa formulação do princípio de causalidade parece afirmar é que o efeito jamais pode ser mais real que sua causa. Entretanto, no decorrer do texto da Terceira Meditação, Descartes faz o que à primeira vista parecem ser especificações da formulação acima exposta. Além de deixar explícito que o nada não pode produzir coisa alguma e que aquilo que tem mais perfeição, mais realidade não pode provir do que é menos perfeito (o que seria uma breve explicação da formulação do princípio de causalidade), ele chama atenção, em uma instanciação do princípio, para o fato de que o efeito não somente não pode ter mais grau de realidade que a causa, como ele deve estar de alguma maneira contido na causa que o produziu, formalmente ou eminentemente. O que seriam essas especificações, explicações adicionais ao princípio revelado pela luz natural, ou acréscimos de conteúdo ao princípio? O objetivo deste artigo é discutir quais e quantas são as formulações do princípio de causalidade na Terceira Meditação de Descartes. Palavras-chave: Descartes, princípio de causalidade, princípio de contenção, princípio de preexistência, princípio de comunicação.
ISSN:1984-8234