A tendência à neoinstitucionalização e o discurso religioso: elementos de análise para a reforma psiquiátrica
Resumo A desinstitucionalização, apoiada na experiência da psiquiatria democrática italiana, se tornou o eixo principal das políticas da reforma psiquiátrica brasileira. Contudo, a tendência a isolar usuários de saúde mental ainda persiste, levando a internações recorrentes ou à neoinstitucionalizaç...
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Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo
2025-01-01
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Series: | Saúde e Sociedade |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902024000400400&lng=pt&tlng=pt |
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Summary: | Resumo A desinstitucionalização, apoiada na experiência da psiquiatria democrática italiana, se tornou o eixo principal das políticas da reforma psiquiátrica brasileira. Contudo, a tendência a isolar usuários de saúde mental ainda persiste, levando a internações recorrentes ou à neoinstitucionalização. Na ausência dos antigos manicômios, vêm se constituindo novos circuitos de confinamento da loucura, que têm as comunidades terapêuticas como exemplo paradigmático. Considerando que a instituição é o conjunto de dizeres, práticas e moralidades que levam à objetificação dos usuários, traduzindo a racionalidade dominante, é preciso revelar a ideologia destes novos redutos manicomiais para entender a função que cumprem na sociedade atual. O presente artigo busca, portanto, analisar, por meio de revisão bibliográfica narrativa, o que estas instituições representam, como operam e quais questões elas colocam para a rede de atenção psicossocial - em particular os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Ao discutir o caso do Centro Vita e das comunidades terapêuticas, que expressam uma lógica semelhante, constatou-se que, se por um lado são locais destinados à morte dos improdutivos, por outro, encarnam moralidades e mentalidades atravessadas pelo discurso religioso, respondendo a necessidades subjetivas e existenciais que precisam ser tratadas com urgência, diante da crescente desfiliação social que assola os usuários de saúde mental e seus familiares. |
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ISSN: | 1984-0470 |