PE-050 Uso prolongado de Lisdexanfetamina para transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: o que dizem as evidências?

Introdução: O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um transtorno neuropsiquiátrico que atinge aproximadamente 10% da população infantil1 e 4% da população adulta2. A doença pode interferir na vida escolar/acadêmica, profissional e até mesmo nos relacionamentos pessoais. Uma das...

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Main Authors: Maíra Catharina Ramos, Flávia Tavares da Silva Elias
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia 2025-03-01
Series:Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia
Subjects:
Online Access:https://www.ojs.jaff.org.br/ojs/index.php/jaff/article/view/1161
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Description
Summary:Introdução: O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é um transtorno neuropsiquiátrico que atinge aproximadamente 10% da população infantil1 e 4% da população adulta2. A doença pode interferir na vida escolar/acadêmica, profissional e até mesmo nos relacionamentos pessoais. Uma das alternativas medicamentosas é a Lisdexanfetamina (LDX), uma preparação pró-droga que tem duração média de 13h. Devido ao uso contínuo, é preciso avaliar sua eficácia e segurança a longo prazo1,2. Objetivo: Elaborar síntese de evidência sobre a não-efetividade da Lisdexanfetamina para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e de Transtorno de Compulsão Alimentar e usos off-label. Material e Método: Foi realizada uma síntese de evidência, utilizando as bases PubMed, Embase, Web of Science e Cochrane. A busca incluiu descritores e seus respectivos sinônimos para identificar a eficácia e a segurança a longo prazo da LDX em pessoas com TDAH. Foram incluídos estudos intervencionais e com grupo de controle cujo seguimento foi superior a 5 semanas. Foram excluídos estudos secundários, sendo realizada análise na lista de referência a fim de se identificar publicações potencialmente elegíveis que não foram localizadas nas buscas em bases de dados. A seleção foi realizada em duas etapas: i) leitura do título e resumo; ii) leitura de texto completo. Resultados: Foram incluídos 32 estudos nesse rápido . Em relação à população, foram investigados os efeitos da LDX desde 5 a 55 anos; e o maior seguimento foi de 108 semanas. de forma geral, a literatura aponta para uma grande redução dos sintomas nas primeiras 5-6 semanas de tratamento, estabilizando-se nas semanas seguintes. Após 108 semanas, a mudança média identificada foi de -25,8 (IC 95% -27,0 a -24,5; p<0,001) para hiperatividade/ impulsividade TDAH-RS-IV e -13,1 (IC 95% -13,8 a -12,4; p< 0,001) para pontuação da subescala de desatenção do TDAH-RS-IV. Entretanto, eventos adversos aos transtornos psiquiátricos de classe de sistemas de órgãos (SOC) são frequentes, incluindo irritabilidade, ansiedade e agressão, além de tentativas de suicídio em casos graves. Conclusão: de forma geral, o uso contínuo de LDX aponta para bons resultados clínicos no tratamento de TDAH, mantendo a estabilidade na eficácia do tratamento no tempo apresentado (seguimento de 2 anos até o presente momento). Entretanto, os eventos adversos, em especial os transtornos psiquiátricos do sistema, requerem atenção, uma vez que podem ser confundidos com os sintomas da doença.
ISSN:2525-5010
2525-7323