Inteligência artificial, data centers e colonialismo digital: Impactos socioambientais e geopolíticos a partir do Sul Global

Apesar do imaginário que celebra a imaterialidade da Inteligência Artificial, sua indústria é inerentemente material, agravando a crise climática a partir do consumo de recursos naturais e da emissão de gases de efeito estufa. Assim, o presente artigo argumenta a favor da inclusão da dimensão ecológ...

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Main Authors: Renato Guimarães Furtado, Simone Evangelista Cunha
Format: Article
Language:English
Published: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação Ibict/UFRJ 2024-11-01
Series:Liinc em Revista
Subjects:
Online Access:https://revista.ibict.br/liinc/article/view/7272
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Simone Evangelista Cunha
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institution Kabale University
issn 1808-3536
language English
publishDate 2024-11-01
publisher Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação Ibict/UFRJ
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series Liinc em Revista
spelling doaj-art-31ed2faaab7545cb9715d217c57886a42025-02-04T20:06:03ZengPrograma de Pós-Graduação em Ciência da Informação Ibict/UFRJLiinc em Revista1808-35362024-11-0120210.18617/liinc.v20i2.72729715Inteligência artificial, data centers e colonialismo digital: Impactos socioambientais e geopolíticos a partir do Sul GlobalRenato Guimarães Furtado0Simone Evangelista Cunha1https://orcid.org/0000-0002-5457-5737Universidade do Estado do Rio de JaneiroUniversidade do Estado do Rio de JaneiroApesar do imaginário que celebra a imaterialidade da Inteligência Artificial, sua indústria é inerentemente material, agravando a crise climática a partir do consumo de recursos naturais e da emissão de gases de efeito estufa. Assim, o presente artigo argumenta a favor da inclusão da dimensão ecológica no debate sobre soberania digital – a autonomia e independência de um país em seu desenvolvimento digital. Para tanto, discutimos a expansão de data centers entre 2013 e 2023 no Brasil. A partir de revisão bibliográfica e pesquisa documental, primeiramente examinamos como a indústria da IA contribui para o adensamento da crise climática, principalmente através dos data centers. No segundo tópico, analisamos essas infraestruturas e seus impactos no país, sobretudo no que se refere ao seu alto gasto de energia e consumo de água. Por fim, abordamos a questão da soberania digital em justaposição à problemática do colonialismo digital. Concluímos que, nos moldes atuais, a IA pode contribuir para aprofundar práticas colonialistas, sobretudo a partir da articulação entre discursos tecno-otimistas e a extração de recursos naturais. Portanto, faz-se urgente a construção de enquadramentos teóricos capazes de amparar políticas públicas de monitoramento dos impactos sociomateriais causados por governos e empresas estrangeiros sobre territórios e suas populações no Sul Global.https://revista.ibict.br/liinc/article/view/7272inteligência artificialdata centerssul globalcolonialismo digitalcrise climática
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