‘O soldadinho de chumbo’ e a naturalização do preconceito com a deficiência: o fenômeno do dizer a infelicidade como felicidade e a pressuposição intertextual = ‘The tin soldier’ and the naturalization of prejudice against deficiency: the phenomenon of saying unhappiness as happiness and the intertextual presupposition = ‘El soldadito de plomo’ y la naturalización del prejuicio contra la discapacidad: el fenómeno de decir la infelicidad como felicidad y la presuposición intertextual

Esta pesquisa analisa o corpus de uma animação de “O soldadinho de chumbo”, e objetiva: (i) elucidar que existe um conteúdo-pressuposto de “não ser pessoa com deficiência e dever possuir beleza padrão para se casar nos contos de fadas”, que está inscrito no conteúdo-posto “casar-se nos contos de fad...

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Bibliographic Details
Main Author: Machado, Julio Cesar
Format: Article
Language:Spanish
Published: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 2024-01-01
Series:Letras de Hoje
Subjects:
Online Access:https://revistaseletronicas.pucrs.br/fale/article/view/45642/28718
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Description
Summary:Esta pesquisa analisa o corpus de uma animação de “O soldadinho de chumbo”, e objetiva: (i) elucidar que existe um conteúdo-pressuposto de “não ser pessoa com deficiência e dever possuir beleza padrão para se casar nos contos de fadas”, que está inscrito no conteúdo-posto “casar-se nos contos de fadas”; e, em detrimento deste, o segundo objetivo é (ii) defender a categoria de pressuposição intertextual, entre o leque de conceitos da Semântica Argumentativa; e também (iii) investigar o fenômeno enunciativo da inversão argumentativa, isto é, dizer o fenômeno de o trágico como romântico, próprio da enunciação de O soldadinho de chumbo. Para tal, nosso referencial teórico será a Semântica Argumentativa, sobretudo operando os conceitos de pressuposição, modificador desrealizante e modificador realizante, de Oswald Ducrot. Com a finesse de uma concepção textual, intertextual e imagética desses conceitos, dado que nosso corpus é uma animação. Nossa principal hipótese coincide com o pressuposto intertextual inscrito nessa animação: em versões dos contos de fadas de animações para público infantil, o happy end é um pressuposto (intertextual) reservado aos corpos privilegiados, já que no posto “felizes para sempre” inscreve-se o pressuposto “não ser pessoa com deficiência e possuir beleza padrão” para ter direito ao ‘felizes para sempre’. Nossos resultados impactam sobretudo as áreas da linguagem e do ensino, porque se constituem por uma crítica a uma prática de leitura/perpetuação prescritivas de contos de fadas, acríticas e vazias, que apenas romantizam e naturalizam a tragédia da erradicação da pessoa com deficiência e a perpetuação do happy end enquanto pressuposto da elite
ISSN:0101-3335
1984-7726