Adversidades no período intrauterino e neonatal interferem na inteligência?

RESUMO OBJETIVO: Investigar os efeitos do retardo no crescimento intrauterino e da situação socioeconômica de nascimento no desenvolvimento intelectual. MÉTODOS: Estudo realizado com 313 participantes de uma coorte de nascimentos de São Luís, Maranhão, avaliados ao nascerem e entre 18 a 19 anos. U...

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Main Authors: Janielle Ferreira de Brito Lima, Rosângela Fernandes Lucena Batista, Liliana Yanet Gómez Aristizábal, Cecilia Claudia Costa Ribeiro de Almeida, Vanda Maria Ferreira Simões, Antônio Augusto Moura da Silva
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo 2025-06-01
Series:Revista de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102025000100212&lng=pt&tlng=pt
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Summary:RESUMO OBJETIVO: Investigar os efeitos do retardo no crescimento intrauterino e da situação socioeconômica de nascimento no desenvolvimento intelectual. MÉTODOS: Estudo realizado com 313 participantes de uma coorte de nascimentos de São Luís, Maranhão, avaliados ao nascerem e entre 18 a 19 anos. Utilizando modelagem de equações estruturais, as variáveis do nascimento e primeiros anos de vida (idade materna, escolaridade materna, escolaridade paterna, ocupação do chefe da família, renda familiar, ganho de peso materno gestacional, retardo no crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer e tempo de aleitamento materno) e a escolaridade aos 18 e 19 anos foram testadas como determinantes do quociente de inteligência aos 18 e 19 anos. RESULTADOS: O retardo no crescimento intrauterino não apresentou efeito total (p-valor = 0,957), direto (p-valor = 0,184) ou indireto (p-valor=0,108) sobre o quociente de inteligência aos 18 e 19 anos. A situação socioeconômica no nascimento apresentou efeito total positivo de 0,406 desvio-padrão (p-valor < 0,001) sobre sua média, correspondendo a elevação de 4,54 pontos no quociente a cada elevação do nível socioeconômico no nascimento. Esse efeito não foi mediado pelas demais variáveis explanatórias inclusas no modelo, contudo, identificou-se efeito direto positivo de 0,416 (p-valor < 0,001) da situação socioeconômica sobre a escolaridade, que apresentou correlação positiva (CP = 0,439; p-valor < 0,001) com a inteligência. A idade materna no nascimento também apresentou efeito positivo direto de 0,116 desvio-padrão (p-valor = 0,042) sobre a média do quociente de inteligência aos 18 e 19 anos, correspondendo ao incremento de 1,30 pontos no quociente a cada elevação de 1 ano na idade materna no nascimento. CONCLUSÃO: Maiores níveis socioeconômicos no nascimento geraram efeito positivo direto de longo prazo sobre a inteligência e escolaridade do participante, elevando a média do QI e o nível de escolaridade aos 18 e 19 anos. Identificou-se também correlação positiva entre as duas variáveis.
ISSN:1518-8787