Segurança dos análogos de insulina glargina versus detemir em pacientes com Diabetes tipo 1 – revisão sistemática e metanálise

Introdução: O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crônica caracterizada pela destruição parcial ou total das células – das ilhotas de Langerhans pancreáticas, resultando na incapacidade progressiva de produzir insulina e seu tratamento baseia-se na reposição deste hormônio. Os análogos de i...

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Main Authors: Thales Brendon Castano Silva, Marina Morgado Garcia, Paulo Henrique Ribeiro Fernandes Almeida, Vânia Eloisa Araújo, Francisco De Assis Acúrcio, Augusto Afonso Guerra Junior, Juliana Álvares
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia 2024-11-01
Series:Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia
Online Access:https://www.ojs.jaff.org.br/ojs/index.php/jaff/article/view/632
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description Introdução: O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crônica caracterizada pela destruição parcial ou total das células – das ilhotas de Langerhans pancreáticas, resultando na incapacidade progressiva de produzir insulina e seu tratamento baseia-se na reposição deste hormônio. Os análogos de insulina de longa duração têm sido difundidos e são indicados para pacientes com DM1 que apresentam grandes variações da glicemia, entretanto os benefícios terapêuticos carecem de evidências. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a segurança do análogo de insulina glargina (GLA) comparada ao análogo detemir (DET) no tratamento de pacientes com DM1. Métodos: Revisão sistemática realizada de acordo com as recomendações do Guidelines for Meta-Analyses and Systematic Reviews of Observational Studies (MOOSE) e registro de seu protocolo, número CRD42017054925, no International Prospective Register of Ongoing Systematic Reviews (PROSPERO), com meta-análise de estudos observacionais (coorte e registro), disponíveis nas bases de dados MEDLINE (Pubmed), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Cochrane Library (acessados em janeiro de 2017), incluindo busca manual e literatura cinzenta. Os desfechos avaliados foram: ocorrência de hipoglicemias graves, hipoglicemias noturnas e risco hipoglicêmico. A avaliação da qualidade metodológica foi realizada utilizando a escala Newcastle. As meta-análises foram realizadas no software Review Manager® 5.2, no modelo de efeitos randômicos. Resultados: De um total de 705 publicações, 8 estudos coortes foram incluídos. A qualidade dos estudos incluídos foi classificada como moderada. Na meta-análise os resultados revelaram estatisticamente significantes favorecendo DET (p< 0.0001) com um diferença da média em 0,79 (IC: 0,65, 0,93, p<0.00001; I2=89%). As taxas de hipoglicemia noturna (HN) foram avaliadas apenas por um estudo e demonstraram significativa redução de HN após a terapia com DET, (p<0,0001). Um outro estudo observou um risco menor de 13,1% (1,0-23,6%), 29,6% (5,1-47,8%) e 17,9% (3,6-30,1%) para a ocorrência de primeira hipoglicemia, hipoglicemia recorrente e coma hipoglicêmico (p=0.034, p=0.021, e p=0.016), respectivamente em pacientes em uso de DET. Conclusões: Apesar dos desfechos serem favoráveis a DET, não é possível afirmar diferenças de segurança entre os análogos, sendo necessário novos estudos de longo prazo e de melhor qualidade metodológica, incluindo análises de custo-efetividade. Importante salientar que para diminuir os riscos de hipoglicemia, as intervenções terapêuticas devem ser acompanhadas de monitorização glicêmica adequada e de intervenções educacionais efetivas e de natureza continuada.
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