Panorama da Morbimortalidade por Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica no estado da Bahia entre 2010-2022
Introdução: Até o século passado, as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo eram as doenças infecciosas e a fome. No entanto, com as mudanças no perfil epidemiológico ao longo do século XXI, as doenças crônicas não transmissíveis, como Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Si...
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Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
2025-02-01
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author | Tatiana Sampaio da Silva Murilo Pedreira Neves Júnior |
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Introdução: Até o século passado, as principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo eram as doenças infecciosas e a fome. No entanto, com as mudanças no perfil epidemiológico ao longo do século XXI, as doenças crônicas não transmissíveis, como Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), passaram a predominar na morbimortalidade. Nesse sentido, Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel crucial na prevenção, detecção precoce, tratamento e acompanhamento dessas condições, ainda que muitos pacientes continuem a enfrentar complicações graves, como doenças cardiovasculares e renais. Objetivo: O objetivo deste estudo foi descrever a prevalência e o perfil epidemiológico de internações e óbitos por DM e HAS no estado da Bahia entre 2010 e 2022. Métodos: Foi realizado um estudo ecológico e descritivo com base nos dados dos Sistemas de Informação Hospitalar e de Mortalidade do DataSUS. A população-alvo incluiu residentes do estado da Bahia, com descrição de variáveis como internação e óbito de acordo com sexo, cor/raça, faixa etária, escolaridade, estado civil, caráter e regime de atendimento e local do óbito. Por se tratar de dados de domínio público, não foi necessária a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: No período, foram registradas 164.176 internações por DM, sendo a maioria de pacientes mulheres, com 60 anos ou mais e que se autodeclararam pardas. Em relação à HAS, ocorreram 127.080 internações, com o mesmo perfil de prevalência: pacientes do sexo feminino, com 60 anos ou mais e que se autodeclararam pardas. Foram registrados 67.385 óbitos atribuídos ao DM e 55.485 à HAS, com perfil de prevalência semelhante: pessoas do sexo feminino, maiores de 70 anos, pardas e com baixa escolaridade. O coeficiente de mortalidade para DM variou de 28,8 por 100.000 habitantes em 2010 para 46,5 em 2022, e o para HAS variou de 24,8 em 2010 para 43 em 2022. Ademais, 97,7% dos atendimentos relacionados ao DM e 98,8% à HAS ocorreram em situações de urgência. Conclusões: Esses achados evidenciam a necessidade de fortalecer a APS, com foco na prevenção, no diagnóstico precoce, no tratamento adequado e no controle do DM e da HAS para evitar complicações graves, hospitalizações e óbitos por essas causas. A implementação de programas de educação em saúde, visando à promoção de estilos de vida saudáveis, é crucial para reduzir a incidência dessas doenças. Além disso, é fundamental garantir condições de vida e trabalho que promovam escolhas saudáveis e o acesso equitativo aos serviços de saúde, especialmente para as populações mais vulneráveis, a fim de reduzir as desigualdades em saúde.
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