Correlação entre fibrose hepática e funcionalidade muscular na obesidade

A obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de uma acumulação excessiva de gordura no fígado, podendo evoluir de esteato-hepatite para fibrose hepática (Fabbrini et al., 2010). A interação entre tecidos pode estar envolvida no desenvolvimento da doença e a diminuição da função muscular (...

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Main Authors: Ana Luísa De Sousa-Coelho, Carolina Lopes, Manuel Costa, Andreia Fernandes, Céu Laranjo, Tina Sanai, Mercedes Sanchez, João Maia-Teixeira
Format: Article
Language:English
Published: Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia - RACS 2025-08-01
Series:RevSALUS
Subjects:
Online Access:https://revsalus.com/index.php/RevSALUS/article/view/1067
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Description
Summary:A obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de uma acumulação excessiva de gordura no fígado, podendo evoluir de esteato-hepatite para fibrose hepática (Fabbrini et al., 2010). A interação entre tecidos pode estar envolvida no desenvolvimento da doença e a diminuição da função muscular (sarcopénia) tem sido associada a piores resultados (Chakravarthy et al., 2020). A função hepática pode ser avaliada através de testes de função clássicos; no entanto, desenvolveram-se vários scores baseados em parâmetros bioquímicos e variáveis clínicas para determinar o risco do indivíduo ter esteatose ou fibrose hepática (Lee & Chung, 2023). O objetivo deste estudo foi correlacionar a funcionalidade do músculo-esquelético com a função hepática em indivíduos com obesidade. A partir de uma coorte cujos dados demográficos, clínicos e bioquímicos estavam disponíveis, foram calculados os scores de risco de fibrose hepática FIB-4 e APRI. O teste Enhanced Liver Fibrosis (ELF, Siemens Healthineers) foi efetuado em amostras de soro. Os testes relacionados com a sarcopénia incluíam a força de preensão manual (HGS), velocidade da marcha (GS), teste cronometrado de levantar e andar (TUG) e teste de sentar e levantar (SST). A composição corporal foi avaliada através da análise de bioimpedância. A análise estatística foi efetuada utilizando o GraphPad Prism. Foram incluídos 29 doentes (86,2% sexo feminino), apresentando idade média de 49.2 anos (intervalo: 27–74). Em média, o peso e o índice de massa corporal dos doentes eram de 108,4 kg e 41,2 kg/m², respetivamente. Embora os scores FIB-4 e APRI se apresentem fortemente correlacionados entre si (p<0,001; R=0,808), tal pode dever-se ao facto de ambas pontuações incluírem a AST e a contagem de plaquetas nas fórmulas de cálculo. Apenas os resultados do teste ELF correlacionam-se com a idade (p=0.009; Pearson R=0.474), SST (p=0.009; Pearson R=−0.474), TUG (p<0.001; R=0.639), e GS (p=0.007; R=−0.493). A HGS não se correlacionou com nenhum dos scores, mas correlacionou-se com a % gordura corporal (p=0.001; R=−0.586) e massa isenta de gordura (p<0.001; R=0.590). Considerando os três scores não invasivos, apenas o teste ELF se correlacionou negativamente com a funcionalidade, mas não com a massa muscular.
ISSN:2184-4860
2184-836X